Sempre
me questiono, ainda somos românticos? Claro que somos. Todos nós, sem exceção.
Até o mais bruto dos homens sucumbe ao sorriso da mulher amada. Nenhuma mulher resiste
ao perfume marcante daquela pegada com jeito. Não importa a forma, o lugar, ou
o gesto. O romantismo não é antiquado. É vanguardista e segue a magia do tempo.
Convence o coração, seduz o ponto fraco e desmonta qualquer armadura emocional.
Romantismo não é piegas. Clichê é não amar. Não falo de uma convenção social de
mandar flores, abrir a porta do carro, ou pagar o jantar. Romantismo é mais do
que isso. É surpreender a rotina, desafiar o óbvio, aventurar a relação. Ser
romântico também é saber sossegar quando ela precisar de colo. Não há cortejo
maior do que cuidar do outro. Romantismo é avisar que chove lá fora. É a
intimidade de um banho a dois, de um sexo matinal. Romantismo é a conversa em
silêncio. Ser romântico é quase um estado de espírito, mas o romantismo não
sabe ser só, unilateral. Precisa de um retorno, por menor que seja. Quem nasceu
romântico, nunca deixará de ser intenso nos gestos, mas pode desanimar suas
atitudes com o passar do tempo. Quem não sabe o que é ou não gosta de romantismo,
nunca amou de verdade. Vinhos, lareiras, flores, jantares ou beijos. Cheiros,
carinhos, pele, toque e cafuné. Amar os segundos, falar ao telefone, sentir
saudade, chorar de alegria. Abraço gostoso, pescoço, coxas e mãos. O corpo
precisa do romantismo para respirar. Explicar o romantismo é mais difícil do
que executá-lo. Ser romântico nada mais é do que agir por impulso, não
descansar enquanto não agradar quem amamos. Não existe uma dose certa para
revelar o sentimento. A medida está na relação, ela é quem dita o ritmo. Se há
confiança no que sentimos mutuamente, a intensidade nunca será suficiente.
Sendo assim, não haverá limites para demonstrar esse amor para o mundo. O romantismo
é a naturalidade da paixão, é o fogo que acende o coração.
(Renata Bottura)
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