Em um mundo cada vez mais egoísta, onde as pessoas agem na expectativa de reciprocidade, estamos acostumados a ouvir: O que o outro pode me proporcionar? Como posso me favorecer? Como tirar proveito dessa situação? É como se uma ação precisasse ter uma reação. Não!!! Cada ação deve partir do seu coração, ser um ato generoso, acompanhado de paz e felicidade, por proporcionar uma alegria ao outro, o mais singelo dos gestos, pode ter uma proporção gigantesca quando é feito com amor. Mas infelizmente, ainda temos que nos deparar com pessoas que apreciam o sabor de uma relação interessada, a espera de expectativas.
Estamos nos tempos em
que os adornos valem mais do que o essencial. Tristes tempos. Mas as amizades
interesseiras têm prazo de validade, assim como as relações inconsistentes. É
comum, em um círculo de amigos, cada qual falar de si mesmo como um hobby. Uma
geração narcisista. O pronome mais utilizado é o da primeira pessoa
"eu". Tristes tempos, repito.
Tempos de escassez de
atitudes de misericórdia, onde descartar uma pessoa é mais fácil do que se desfazer
de um objeto de estimação. É mais fácil esquecer, desprezar, fingir que os
sentimentos do outro não existem. Falta respeito. Falta coração. Falta estima
pelo ser humano. Vivemos em uma sociedade em que o consumo coisifica a pessoa.
Quanto mais se tem, mais se deseja e, quando não se tem, o desejo também faz
questão de ficar.
Falta um sonho de vida
e sobram angústias pelas ausências desse sonho. Falta coragem. Ei, existe uma
palavra chamada amor, e se ele for sincero e puro, faz bem para a alma de
qualquer pessoa. Não podemos permitir que os erros vençam os acertos, que a
superficialidade ocupe mais espaço que a densidade do mundo intrapessoal e
inter-relacional. É preciso resgatar os valores que nos conduzem à felicidade.
E de maneira simples e profunda.
O mal não pode vencer o bem. Se as atrocidades
nos incomodam, se a banalização da violência nos assusta, é preciso ir além.
Além do que os nossos olhos podem ver, além do que nossos sentidos podem
captar, é preciso ir além e chegar ao fundo do nosso coração onde só quem houve
a linguagem da alma, dos sentimentos, da simplicidade é capaz de alcançar.
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